Verdades sobre o Hyundai Tucson

Você pode não lembrar, mas o Tucson já foi assim…

O Hyundai Tucson é tecnicamente um monte de ferros dilatados sobre rodas aro 16’’, lançado para ficar logo abaixo do Santa Fe (a linha de SUVs da Hyundai dos anos 2000 tinha nomes de cidades). Apesar de brega, “Tucson” é o nome de uma cidade do estado do Arizona, nos Estados Unidos. No Brasil, o pequeno SUV é vendido desde 2005, época em que não tinha a menor pretensão de fazer tanto sucesso quanto o Ford TrecoSport, e vinha com horrorosos para-choques sem pintura, mais feios do que os da Captiva Ecotec. Para se ter uma ideia do quanto a montadora coreana faturava, o modelo já chegou a custar R$ 135.000, podendo ser encontrado hoje pela metade do preço. Pior ainda é a situação dos proprietários de Tucson, que viam a avaliação de venda de seu V6 2.7 AWD cair para R$ 50.000 ou menos.

O Tucson pertence à velha escola coreana de pouca inspiração quando o assunto é design. Depois vieram as cópias das filosofias de estilo europeias e norte-americanas, nítidas quando se vê o Azera e o i30, e por último as esculturas fluídas (nome chique para barro riscado no canivete) do ixique35. Falando em chique, o Tucson, quem diria, já foi chique um dia, antes do seu barateamento em 2007. Hoje, é carro de dona de casa e gente brega em geral.

Tuquisson equipado com “lindos” acessórios, para deixá-lo com a cara do dono

A fabricação nacional do Tucson não diminuiu em nada seu preço: subiu em R$ 7.000. Bom, atualmente o Brasil é um dos poucos países em que ele ainda faz sucesso, já que o ixique35 tem preço salgado por aqui, o que não ocorre no exterior. A Hyundai elaborou pesquisas e viu que os únicos locais em que os Tucson seriam aceitos eram Cuba, Haiti, China e Brasil. Na Cuba, Raul Castro não permitiu a importação. No Haiti, o carro custava 563 900 chinelos (literalmente), o que fez os interessados desistir da compra. E, como na China já existem dezenas de “utilitários esportivos” com custo-benefício melhor (com a adoção de papelão de cartelas de ovos no revestimento da bateria), continuaram produzindo o Tucson apenas para consumo interno brasileiro.

CAOA dando um show de ética, honestidade e humildade

“Melhor SUV do mundo”

Parte de seu sucesso se deve aos brasileiros “incautos” que caíram no caô da CAOA, apresentado em horário nobre com um vozeirão que já chegou a dizer absurdos como “Eleito o melhor SUV do mundo”. Mentira deslavada, já que o próprio ranking da JDPower aponta o Tucson como o pior:

A CAOA pegou a tabela de ponta-cabeça e anunciou erroneamente o Tucson como o melhor

Isso fora as propagandas que mostravam depoimentos de típicos donos do modelo, que diziam “Dá uma sensação de imponência”, “É gostoso olhar as pessoas de cima”, demonstrando a típica arrogância de quem se acha dono do mundo. Claro que este marketing nojento, arrogante e anti-ético não é exclusividade do Tuquiçu, se estendendo por toda a linha Hyundai/CAOA.

Ciclistas que não tem medo de morrer invadindo a faixa exclusiva para automóveis Hyundai Tucson

CUDEITU

A Comunidade União de Interessados em Tucson é um grupo do Facebook que “troca ideias sobre as melhores práticas de lavagem, enceramento, aceleração, postura e posicionamento no trânsito paulistano”. Há alguns meses atrás, os membros do CUDEITU reivindicaram o direito de tomar para si o uso exclusivo dos corredores de ônibus, alegando que precisam de espaço e liberdade para praticar sua desenvoltura nas ruas, “ou não nos responsabilizaremos pelo que acontecerá com quem estiver na frente ou dos lados”.

O projeto foi colocado em teste durante alguns dias, mas não deu certo, pois os usuários de ônibus ficaram indignados e apedrejaram os tucseiros. Tudo voltou a ser como era antes, resultando numa pior fluidez do trânsito, já que motoristas de carros menores voltaram a discutir com os tucseiros, por não entender a superioridade dos que andam de Hummer Tucson.

O CUDEITU se restringe à internet e seus membros nunca se encontraram pessoalmente, apenas acenam uns aos outros por trás de vidros com insulfilm. “Isso basta. Não gostamos muito de contato pessoal. Por isso preferimos circular sempre sozinhos em nossos robustos automóveis”, explica um dos membros, que preferiu não se identificar.

Tucsera “DUB”, típico de manolo que acha que tem uma Cayenne

Características peculiares do Hyundai Tucson

• O design não tem um traço bonitinho sequer, mas assim como nos carros Adventure da Fiat, a brutalidade dos parachoques, paralamas estufados e a posição de dirigir de fazendeiro agradam principalmente mulheres que enjoaram do CrossFox.

• Todos os Hyundai Tucson vêm também com um certificado carimbado pela prefeitura do município de vaga livre em local proibido, isenção de culpa em colisões de estacionamento (além de poder ocupar duas vagas de estacionamento e pagar só uma) e direito de furar o sinal vermelho. A revista Quatro Rodas já afirmou em maio de 2008: “...fica claro que é o motorista quem manda no pedaço”!

• Assim como todos os carros da Hyundai, a fábrica disponibiliza milhares de opções de cores, desde que no final você escolha preto ou prata (que na verdade é quase bege).

• Quem tiver um Kia Sportage (antigo) e entrar no Tucson, vai se admirar com a falta de criatividade da Hyundai, ou talvez com o seu Kia, ou as duas coisas. É que todos os comandos estão posicionados exatamente iguais nos dois carros, apesar da tentativa de esforço. Ficou na tentativa.

• O Tucson se garante no off-road, o que automaticamente significa que ele apresenta péssimo desempenho em curvas (ele não tem controle de tração, e sim de capotamento). E freia pior que um CR-V ou RAV4 (para citar alguns concorrentes diretos). Ou talvez do que um Jeep. Na dúvida, torça para os airbags abrirem.

• As carcaças dos retrovisores e as maçanetas das portas do Tuscon são sem pintura. Talvez seja pra dar um ar mais robusto…

• Se você é detalhista, já reparou que o Tucson tem dois botõezinhos e duas palavras no friso acima do espaço da placa: Glass e Door. O botão Glass trinca automaticamente o vidro traseiro. Já o Door faz a tampa cair no chão.

• O parachoque traseiro é tão proeminente que a Hyundai declara ser possível levar mais duas pessoas sentadas nele.

• Todo Tucson recebe na concessionária insulfilm “like a G5” (inclusive no parabrisas), devidamente remarcados com porcentagens de transparência dentro da lei. Faça o teste: veja se consegue enxergar algo pelo vidro de um Tucson. Geralmente eles são opacos.

• O Tucson é um dos carros mais vistos com os malditos adesivinhos “família feliz” na traseira.

• Atualmente, os ritmos mais tocados nos Tucson são forró, pagode e funk.

Mais um belo exemplar

Celso Zucatelli (cover do Britto Jr. no programa Hoje em Dia). O cliente nº 01 do Tucson, comprou um no lançamento e, passado um ano, o carro perdeu exatos 27,5% do valor. Um dia ele vai ter que dar.

Dona Filó. No TrecoSport não cabia a vassoura, então o Tucson foi a segunda opção.

Os outros propriotários pediram para não serem identificados. Ser passado para trás pela Hyundai já foi humilhação suficiente.

Manutenção

O Grupo CAÔ CAOA faz muita propaganda para convencer que o Tucson é um bom carro. Ela tabela os preços das revisões, todas elas bem salgadas e com valor crescente, de acordo com a quilometragem. Ultimamente ela vem veiculando na TV a frase “A arte de ser brasileiro”, para o Tucson made in Goiás. Ou seja, enrolar trouxas, passar a perna em domésticas, cobrar caro por um veículo defasado...

As rodas são maldosamente chamadas pelos funcionários da Hyundai de “rodas da fortuna”. Apesar de ser fabricado no Brasil, o Tucson pode eventualmente apresentar contaminação nas câmaras de combustão (também, com essa gasolina...). Mas o que deixa qualquer um p*** da vida é a empurroterapia das concessionárias. Se ninguém desconfiar, eles cobram o dobro em uma revisão. Para o típico dono de Unolla que subiu na vida e vai encher o porta-malas de módulos, tweeters e alto-falantes ou carregar vassouras e sacos de roupas, é fácil comprar um Tucson. Difícil é manter. Todo Hyundai é assim mesmo...

Enviado por Júlio Max