Verdades sobre o Chevrolet Classic

“Chevrolet do Brasil decreta que projeto do Classic já foi pago oito vezes”
Site de carros sobre Chevrolet Classic

“Enquanto o mundo existir meu Classic roda junto!”
Agostinho sobre seu novo táxi, um Chevrolet Classic

“Vou comprar um e revender a gravatinha de ouro”
Tiozinho muquirana sobre Chevrolet Classic

"Com çasporra de radar por aí, pra quê eu vou querer um carro que num é 1.0??"
Aposentado sobre Chevrolet Classic

"Meu próximo carro vai ser um Prisma! Êta carrin foda!!"
Proprietário sobre seu Chevrolet Classic

“Êssi mi dá orguiu, é carru di trabaiadô”
Lula sobre Chevrolet Classic

“Powra tio, 28 pau tá caro pacarai, me faz um desconto aê dom!”
Mano tentando levar um Chevrolet Classic pelo menor preço

"¡És el coche más vendido aquí, el Chevy Corsa, y me encanta!"
Mexicano sobre Chevrolet Classic

"¡Buenísimo coche, yo tengo un tuneado!"
Argentino sobre Chevrolet Classic

"What a fuck is this?!? Holy shit!!"
Americano sobre Chevrolet Classic

“Câmbio liiiindo!”
Yudi sobre Chevrolet Classic

“SP REGISTRA – DESLIGA ESTE RADIO, SEU VIADINHO”
Visor do rádio da H-Buster Positron do Classic sobre citação acima

“Nosso carro anterior era mais luxuoso.”
Ex-dono de Chevette Júnior sobre seu Classic 2011 financiado em 72 prestações

"Depois de uma semana de vida, os Classics são comprados e vão livres para as ruas, prontos para aguentar engarrafamentos"
Documentário sobre a natureza sobre Chevrolet Classic

“Precisamos retrabalhar injeção, suspensão, sistema de freios, velas...”
Gerente da alfissina para dona de Classic, para vencer a subida

“Esse parachoque está murcho, não?”
Frentista sobre Chevrolet Classic

“Enjambra um motor 1.4 de Prisma e vamo que vamo!”
Jonathan Dalpiaz sobre Chevrolet Classic

Este post fala de uma velharia!

Chevrolet Classic é um sedan compacto oferecido no Brasil desde 1995, no embalo do sucesso do Corsa Wind (1994). Na época era conhecido como Coçinha Corsa Sedan, e chamou atenção pela modernidade. O tempo passou e pouca coisa mudou, exceto o nome, alterado para Corsa Sedan Classic e em 2004 reduzido apenas a Classic, para evitar a confusão com o “Novo Corsa Sedan”, nos dizeres da época.

Seus principais atributos, segundo seus consumidores, são "manutinssaum simpri", "porta mala baum" e "presso baxo", e assim a versão sedan do velho Corsa manteve vendas aquecidas mesmo após a chegada de sua nova geração. Ele foi convivendo com o então "Novo Corsa", que hoje já está caquético e se aposentando, e se mantém firme em linha, assistindo de camarote a morte de seu suposto sucessor.

O Corsa Sedan foi concebido exclusivamente para o Brasil e se distinguia do hatch no para-choque da frente (mas é preciso reparar bem) e na janela vigia (que chega a lembrar - com muita boa-vontade – a do Vectra), mas a lanterna era semelhante à da Corsa Pick-Up, Wagon e do hatch quatro portas. Na época de seu lançamento, há mais de 15 anos atrás, era o mais bonito da categoria, que era povoada por feiúras como Polo Classic, Siena e Hyundai Accent (vai por aproximação, mesmo). Começou com motor 1.6 MPFI.

O Corsa Sedan foi o único da família a ter opção de câmbio automático. Ele tinha apenas quatro marchas e apresentava desempenho muito fraco, mesmo contando com o propulsor 1.6. A maioria dos donos de Corsa Sedan Automatic são deficientes físicos, e o carro é praticamente uma lenda, dizem que 90% deles estão no Acre, já que ninguém viu. Logo depois veio a versão 1.0, ironicamente chamado de Super.

Para a linha 2000, o Sedan acompanhou o face-lift do Cocinha Terrorista Corsa hatch, daqueles que mal dá para perceber. Faróis, lanternas, parachoques e grade foram alterados, e só. A concorrência reagia, trazendo mais equipamentos e porta-malas maiores.

Em 2002 chegara o então Corsa C. O antigo se manteve com o sobrenome Classic,  motor VHC do Celta e uma nova grade, com apenas um filete. Em 2006, os modelos 1.6 e Automatic saiam de linha. Conforme o tempo passava, mais vagabundo o carro ia ficando.

Até 2008, o Classic só tinha mudado a gravatinha (passou a ser dourada), o motor (virou FléquisPáuer) e o preço, que subia conforme a inflação. Naquele ano veio um face-lift porco, que deu ao Classic aquela moldura vagabunda na grade. De resto, nada de novo – e a novidade de 2009 foram as calotas, ainda de seis raios, mas com novo desenho, além do motor VHC E.

Em 2010 chegou o Fail Sail de nova geração, aposentando o velho homônimo na China. O que a GM fez? Trouxe o ferramental enferrujado e começou a produzir no Brasil o “novo” Classic, que demonstra o interesse da Chevrolet em oferecer para o Brasil os melhores e mais modernos carros do mercado [ironic mode = off].

Esteticamente falando, os faróis são uma cópia do Fiesta "Gatinho", o pisca do Astra parece gambiarrado (e é!) e a traseira faria orgulho ao Corolla (1997-2002). Em resumo, a frente até ficou mais tragável, mas a traseira ficou cagadinha.

Velharia por velharia…

Por dentro, adivinhe – pouquíssimo mudou. Só não é uma completa viagem no tempo porque o acabamento do Corsa nos anos 1990 era muito melhor. A alavanca de câmbio ficou mais "ixportiva" e os tecidos são novos, além do rádio táxi da Pósitron, tão pobre que nem CD player tem: somente a entrada USB e o visor que informa quantos mil quilômetros de congestionamento você precisa enfrentar para chegar em casa. Dizem que o tal do "autorrádio" é tendência, pois ninguém mais ouve CD, mas isso não se aplicam aos donos de Classic, que além de ouvirem CD's mofados também ainda gostam de ouvir música em suas saudosas fitas cacete cassete.

Tudo bem, você não se conforma com a manutenção de um carro tão defasado como o Classic. Não se desanime. A Chevrolet trará o atual Sail chinês para ser vendido no Brasil! Prepare a contagem regressiva, pois em 2015 ele estará na concessionária mais próxima!

Motores

• 1.0 8v: Para enganar os trouxas, a Chevrolet colocou a designação Super no Corsa Sedan 1.0. Gerava miseráveis 60 potros banguelas, fazendo com que até passar numa lombada fosse um sofrimento. Em 2003 este motor se tornou VHC, com alta taxa de compressão, e é fato que ganhou mais potência (70 cv), mas seu principal ganho foi em nível de ruído! Atualmente o propulsor é chamado VHC E e produz 78 cv (etanol).
• 1.0 8v Álcool: Rendia só quatro cavalos a mais que o 1.0 a gasolina e tinha baixa procura. Saiu de linha com a conversão do Classic ao flex-fuel.
• 1.0 PowerTech tec tec 16v: Entre o fim dos anos 1990 e o início dos anos 2000 o mercado dos lixos carros 1.0 16v fervia e a GM não podia ficar de fora. A intenção era incrementar a potência e especialmente o torque do motor de dentista 1.0. Mesmo assim, rendia apenas 68 pôneis mancos e só conseguia subir ladeira queimando a embreagem.
• 1.6 MPFI: O melhorzinho que tinha, com 92 cv, e que serviu para empurrar o modelo Automatic. Com as vendas fracas, acabou saindo de linha em 2006, pois o público do Classic não era piloto de fuga, mas sim muquirana.

Versões

• GL: Modelo básico do Corsa Sedan. O volante era item de série, mas com apenas dois raios (igual ao do Corsa Wind) e não tinha conta-giros. Mesmo assim, o acabamento dava um banho nos Classic atuais.
• GLS: Corsa Sedan completo. Os primeiros tinham visor do rádio independente (ficava acima das saídas de ar-condicionado), capricho que desapareceu a partir de 1999. Versão cobiçada por apreciadores do antigo Corsa.
• Life is hard: Classic básico a partir de 2004, quando mudaram as nomenclaturas de versões da Chevrolet. Vinha com conta-giros, desembaçador e só. Era mais barato quando comprado pela internet (mania das montadoras nos anos 2000). Podia ter motor 1.0 ou 1.6. Virou versão única em 2008 e deu lugar à LS.
• Spirit: Este vinha com direção hidráulica de série e também podia ter motor 1.0 ou 1.6.
• Super sem graça: Tinha ar-condicionado de série, trava elétrica e vidros dianteiros elétricos de série! Mas custava o mesmo que outros carros bem mais modernos.
• Millenium: Comemorou o milésimo ano do Classic em produção a virada do milênio.
• LSD: Lixo Simples Dorgado. É a versão única de acabamento do novo Classic, que não traz nenhum item de série, mas pode chegar a incríveis R$ 35.000, mesmo sem opção de itens de segurança como airbag e ABS.

Perfil dos donos

• 490% dos Classic pertencem a frotas de locadoras. Pode faltar Gol ou Celta, mas sempre terá um Classic na reserva!
• 97% apelaram para filtros de ar esportivos, chip de potência ou pílula para combustível, visando aumentar a potência e reduzir o consumo de seus carros – o que não surtiu efeito algum
• 95% são taxistas
• 88% são velhos muquiranas aposentados
• 71% são ex-donos de Parati quadrada
• 69% são ex-donos de Gol bola
• 52% são caipiras
• 47% são manolos que não aguentaram manter um Astra
• 40% preferem "customizar" com suspensão rebaixada, rodas Noova, BRW, ou KR, quando não a do Passat CC, Astra GSi ou pior, a calota que imita roda de Punto Sporting
• 4% optam pelo xuning extreme, apelando para alargamento em fibra de vidro, que na maioria dos casos já está descascando
• 1% comprou o modelo Automatic (geralmente é visto apenas no Acre e no Amapá)

O que aparece no visor do rádio do novo Classic

Verdades

• O Classic faz a alegria da manolada com o urro alto do VHC, que pode ser ouvido mesmo com os vidros fechados, o ar-condicionado e o som ligados!
• No México, o Classic virou o Chevy C2, que ganhou grade ainda mais pavorosa que a do Agile, sem falar na traseira igualmente estranha.
• Tem um rio no meio do caminho? É facil, é só por as duas mãos embaixo do Classic e fazer uma forcinha, e pronto, você levantou o Classic!
• No Brasil manolo só investe em AP e 6 "canecu", então os poucos Corseiros que se metem em racha acabam passando vergonha. Enquanto isso, os "hermanos" chegam a enjambrar até motor V8 350 de Camaro!!

"Eu tenho medo..."

• As maçanetas do Classic quebram em dois dias de uso.
• Devido a alta lucratividade, a Chevrolet estuda a permanência do Classic para sempre na linha de montagem, apenas na versão Taxpression, com taxímetro e letreiro de série.
• Os botões dos vidros elétricos do Classic ficam na porta, abaixo da altura do joelho. Até a manivela é mais ergonômica.
• Os Classic mais feios são os de Curitiba (PR), onde os táxis são laranja, mas geralmente são comprados na cor preta pra economizar tinta nos parachoques. Modelos de algumas Polícias também fazem esta economia porca.

• O volante do Classic vibra após certo tempo de uso e para andar reto é necessário andar com a direção ligeiramente torta (experiência própria...).
• Arrombar um Classic é mais fácil que abrir uma lata de sardinha.
• Portadores de Oakley mais humildes adoram desfilar de Classic rebaixado com rodas de Vectra Elite, sonzeira e xenon 10.000K.
• Infelizmente já existem proprietários de Classic colocando LEDs nos faróis e nas lanternas, saindo por aí a 20 km/h como se estivessem num Audi zerado. Os menos sofisticados preferem acender os faróis altos de xenônio e andar a 10 km/h como se estivessem num Camaro.

• Não existe um apoio que possa ser usado para colocar o pé esquerdo quando a embreagem não estiver sendo usada. Assim, o condutor é praticamente obrigado a ficar com o pé em cima dela o tempo todo (até porque o câmbio é curto), o que acaba comprometendo o conjunto.
• O Corsa Sedan foi apresentado na Semana de Arte Medonha de 1995.
• Os brasilinos odiaram o "Novo Corsa", apesar dele manter os tradicionais atributos de um Chevrolet popular.
• Donos de Classic satisfeitos com a "cunômia" de seus "poçantes" vão odiar este post e mandar o autor dar ré no kibe.