Verdades sobre o Fiat 147

Fiat 147 de “Reportaje” da TV Grobo

“Me chamou?”

Alfa Romeo 147 ao saber que o BA faria uma matéria sobre o 147

"Não dá pra andar, muito menos para passar marcha!"

Propriotário sobre Fiat 147

"Até que enfim consegui um financiamento para comprar um!"

Luan Monza Santana sobre Fiat 147 

"Tinha um desses há quatro meses" 
Michel Teló sobre Fiat 147 

"Eu já lavei o meu carro, regulei o som..."
Gusttavo Lima sobre Fiat 147

"Temos que encerrar a produção do 147. Já enganamos trouxas demais com ele, este encargo fica agora com o Uno" 
Diretores da Fiat sobre 147 

“Fiat: Fix It Again, Tony!”

Americanos sobre a Fiat

“Se beber, não dirija. Se dirigir, que não seja um Fiat 147”

Ministério da Saúde sobre Fiat 147

“Se é pra ter meu primeiro carro, prefiro o Mille!”

Qualquer um sobre Fiat 147

Tira essa porra daqui!

Mecânico ao ver um Fiat 147 estacionado em sua oficina

“Não curto esse carrinho”

Cledorvino Belini (atual presidente da Fiat) sobre Fiat 147

“Não vendo o meu por nada...NADAAAAAAAAAAAAAAAAA!”

Senhor Donizildo sobre seu FIAT 147

"Antes eu era tonto e gostava dessa merda..."

Matheuzin Bovo sobre Fiat 147

Eis a reestilização promovida pelos designers da Fiat em 2004…

…e a reestilização de 2008, ainda mais mal-sucedida

Fiat 147 foi o primeiro carro da então desconhecida montadora italiana (cujas iniciais são resultado da frase “Fudeu, Idiota. Agora é Teu!”), que se instalou em Betim (MG) e adaptou o 127 europeu (lançado em 1971) para o mercado brasileiro. Os intensivos testes com o pequenino europeu confirmavam: ele não duraria um buraco brasileiro! Durante cerca de três anos, tentaram aperfeiçoar o modelo, lançado em 1976 como 147 (já que fizeram tudo às pressas, resolveram colocar como nome do Fiat a quantidade de defeitos que ele daria após os primeiros 100 metros rodados).

Apesar disso, o carrinho obteve sucesso no Braçil e originou uma linha com modelos das mais diferentes propostas e ainda abriu caminho para o Uno (1984) e a consolidação definitiva da FAIL Fiat entre as quatro maiores montadoras do País. Coexistiu com seu sucessor por mais dois anos e ajudou a consolidar essa estratégia dentro da montadora.

Para o Lata Velha, esta é uma modificação que daria orgulho ao dono

Projeto concebido em tempos de crise do petróleo, uma das promessas do 147 era consumir pouca gasolina – e, se hoje um carro 1.0 faz 7 ou 8 km/l na cidade, o Fiat atravessou os 14 quilômetros da ponte Rio-Niterói só com um litro de gasolina no tanque (quantidade costumeiramente colocada pelos donos, provocando congestionamentos quando o consumo é mal-calculado). Foi também um dos pioneiros a ter a deformação total da carroceria em acidentes.

Fiat 147 no modelo básico, ancestral do Mille Economy

O estepe ficava guardado sob o capô para aproveitar ao máximo seus 362 centímetros de comprimento. Falando em capô, seu motor era transversal, configuração pioneira entre os nacionais. Era um 1050 Fiasa (utilizado pelo Mille até os anos 1990) de 55 cavalos mancos. E o responsável por ele foi um engenheiro de motores da Ferrari (isso explica porque o 147 corre tanto!).

Estado de um Fiat 147 após rodar 100 metros

No final de 1978 chegava a versão GLS (shhh... a Fiat queria homenagear as minorias dos tempos dos Dancin’ Days), que além de itens luxuosíssimos (como volante de três raios, relógio e uma faixa lateral, que na verdade era um pedaço de fita crepe), ganhava o motor 1300 de 61 cv. Também era lançado o Rallye, equivalente ao 127 Sport e que deu linhagem a uma série de modelos pseudo-esportivos da Fiat. Mas a potência subia para 72 cv.

Fiat 147 no estilo DUB: o cara não gastou em vidros, bancos e revestimento interno, mas dinheiro para as rodonas estava garantido

O Fitin também foi uma das primeiras cobaias do programa Pró-Álcool do governo brasileiro, em 1979. Em seus quinze anos de produção o Fiat 147 passou por duas reestilizações, sem grandes mudanças na carroceria. Na primeira reestilização, de 1980, ganhou uma frente mais baixa com faróis e grade inclinados, no estilo que a marca chamou "Europa" (igual à europeia, dãããã!), oferecido primeiramente na versão L e GL de motor 1050, posteriormente ganhou versões mais requintadas com motor 1300; a GLS e o "esportivo" Rallye.

Em 1982, mais uma maquiagem, chamada Spazio, já mais em dia com o Fiat Ritmo e o lançamento do ano seguinte, o Fiat Uno. O Spazio foi oferecido nas versões CL, CLS e o esportivo TR, substituindo o 147 Rallye, que tinha câmbio opcional de 5 marchas. É, opcional!

O Fiat 147 tinha uma mecânica mais complexa que a do Fusca, o que fazia os mexânicos encontrarem problemas para realizar a manutenção correta. Um dos itens mais desapercebidos era a troca mais frequente da correia de distribuição (a cada 40.000 km). O câmbio duro foi um dos itens mais criticados, problema que foi em parte solucionado pela Fiat a partir dos modelos de 1984. Ou não.

A única vez em que o Fiat 147 voou; logo depois, o motorista e o fotógrafo morreram.

Pick-Up e Furgão saíram de linha em 1988, substituídos pelos homônimos da linha Uno. O 147 saiu de linha no Brasil em 1986, sendo substituído pelo Uno, embora o Spazio continuasse sendo montado para exportação até 1993, e o ferramental de produção foi em parte transferido para a Argentina, onde foi montado até 1996… Pra quem não sabe, os argentinos são tão Fieteiros quanto os brasileiros são APzeiros...

A piada do Fiat 147!

Fiat 147 piscando luz alta para uma Ferrari California e um Porsche 911!!!

O mesmo 147, após a curva

Essa piada é muito velha (provavelmente da época do 147) e você com certeza a conhece:

“Um certo homem comprou uma BMW Série 6 e foi testá-la numa estrada, quando de repente um pontinho verde apareceu retrovisor. Ele tentou acelerar, mas o pontinho começou a crescer e... bruuum, um Fiat 147 o ultrapassou.

Puto da vida, o cara comprou uma Ferrari 599 GTB e foi para a estrada novamente. O pontinho verde apareceu de novo e... bruuuuum... o Fiat 147 o ultrapassou!

Dessa vez o cara comprou a Ferrari F1 do Felipe Massa e foi para a estrada, novamente o pontinho verde apareceu, mas desta vez o Fiat 147 emparelhou com o homem do Fórmula 1, que perguntou:
- O que vai fazer agora????
O mano do Fiat 147 respondeu:
- Vou engatar a segunda marcha!”

Flagra do novo 147 Adventure Locker

Tem mais uma:

“Na escola estava ocorrendo uma palestra sobre dorgas. A professora:
– Boa tarde. Vocês são crianças ainda, mas já devem ter visto exemplos de como as drogas fazem mal. Quem conhece alguém que tenha problemas com drogas?
Joãozinho levanta o braço e diz:
– Eu conheço. Meu vizinho tem problemas com drogas. Ele tem um Fiat 147 na garagem…”

De tão crássica que a piada do 147 é, já virou até animação!

Sem contar a mais conhecida, que já teve até um post aqui no BA e ganhou a versão animação acima:

“Certo dia, eu estava na estrada com o meu Fiat 147, e como era de se esperar, a jabiraca quebrou. Então encostei o 'Podrão' no acostamento e fiquei esperando alguém passar.

Apareceu um Porsche 911 GT2, a 170 km/h. Nisso, o cara do Porsche dá marcha-ré e volta até o Fiat. Ele se oferece para rebocar a porra do Fiat e eu aceitei a ajuda, mas pedi para não correr muito senão a jabiraca desmontava (óbvio).

E combinei que piscaria o farol toda vez que o Porsche estivesse correndo demais. Então, o Porsche começou a rebocar a jabiraca e toda vez que passava de 60 km/h, eu fazia sinal com o farol (no singular mesmo), porque para variar um deles estava em curto e não funcionava.

E o cara do Porsche ia puxando a 'batedeira' a 60 km/h no máximo, morrendo de tédio... Eis que aparece nada menos que uma Ferrari California, que intima o Porsche, este não deixa barato e vai pro pau! 120, 140, 160, 180, 200, 220, 240 km/h...

Eu já tava desesperado, piscando o farol que nem um louco, e os dois alinhados... Os caras passam por um posto policial, mas nem vêem o radar, que registra impressionantes 240 km/h!! Então, o policial avisa pelo rádio o próximo posto:
'-Atenção, um Porsche prata e uma Ferrari vermelha disputando racha a mais de 240 km/h na estrada, e... juro pela minha santa mãezinha... um FIAT 147 colado na bunda deles dando sinal de luz para ultrapassar!!!”

Versões

Não é difícil encontrar um 147 Xuniatto

Standard: Abaixo da linha de miséria, era praticamente destinada aos frotistas, nem quebra-sol para o passageiro tinha. Na prática era composto de seis peças: lata, quatro rodas e motor… Em 1982 seu nome passou a ser C.

L: Parecia um 147 GL que foi salvo de um desmonte. Seu itens estão presentes em quase todos os carros nacionais, como bancos reclináveis, acendedor de baseados e ventilador. E o Standard não contava com nada disso!

Gran Luxo (GL): Surgiu em 1978. Contava com apoios de cabeça, que de tão largos apoiavam também os ombros… Um dos itens de sofisticação era… o termômetro de água.

GLS: O modelo mais digno da linha sem apelo esportivo. Tinha apoios de cabeça traseiros (noooossa, que loosho!!) e faróis de neblina muito chiques. #RYQUEZAH

Fiat 147 GLS, simplesmente mara!!!

Rallye: Surgiu como um modelo com mais potência e exclusividade. O painel era completo (leia-se: tinha conta-giros, voltímetro e manômetro de óleo) e o motor era 1.3 no lugar do 1050 Fiasa.

Racing: Substituiu o Rallye em 1982. Bendito aerofólio! Só essa peça melhorava a velocidade final e o consumo.

Aerofólio proposto por Giorgetto Guigiaro

Top Top da Balada: Esse modelo substituiu o GLS, que era fresco demais, e ganhou novos sincronizadores da primeira e segunda marchas. O Top teve até opção de teto solar. Muito Patraum!

Porra véio, tu traiu o movimento Fieteiro!!!

TR (Tranca Rua): Modelo esportivo da linha Spazio, que tinha dois faróis auxiliares e dois aerofólios, um abaixo do vidro, outro na altura do teto (Escort RS Cosworth feelings)...

Derivações

Pick-up: A pioneira do maldito segmento de picapes derivadas de modelos compactos. Avó da Strada, foi lançada em 1978. Era basicamente um hatch cortado, pois o comprimento se mantia inalterado. A tampa da caçamba se abria para a lateral. Pena que sua carga útil era de 380 quilos, suficiente apenas para dois obesos.

City: Versão picape com caçamba alongada (ou não, já que sua base era da Panorama), de apelo mais jovem que a Pick-up, que era mais voltada para o trabalho. Depois, seu nome passou a ser Fiorino Pick-up.

Belo truque…

Panorama: Perua lançada em 1980 para oferecer mais espaço que o 147. Provavelmente seu nome se justificava pelas amplas janelas. O teto era mais elevado na traseira, o que a deixava feia, mas ninguém lembra de criticar isso no Land Rover Discovery 4…

Oggi: O pequeno sedan – um dos carros mais feios que a Fiat já produziu – foi a última derivação do 147, lançado em 1983. O nome significa “hoje” em italiano, mas aqui era sinônimo de "ódio". Contava com as versões CS e a mítica esportiva CSS (homenageado em 2010 pelo Siena Sporting), de suspensão traseira com cambagem bastante negativa. Tinha um dos maiores porta-malas do Brasil, mas sua traseira era horrível e, vendendo pouco, foi o primeiro integrante da linha a deixar de ser produzido, em 1985.

Spazio: Designação dada a partir de 1982, que tinha frente bem parecida com a que o Uno estrearia em 1984.

Fiorino: Em sua primeira vida, chegou a ter versões voltadas aos passageiros, como a Settegiorni e a Combinato, com área traseira envidraçada, sendo que a primeira parecia mais uma van, e a segunda tinha dois bancos traseiros laterais (onde três pessoas se espremiam em cada banco, sendo que em capacidade máxima as rodas da frente quase saíam do chão!). Mas a Furgoneta mais convencional foi a que seguiu em frente e a única que passou a integrar a linha Uno.

Perfil dos donos

Muitos donos jogaram Need For Speed Underground

Donos de Fiat 147 sempre foram pessoas que se preocupavam com a economia e não se importavam com as críticas que eram feitas ao carrinho (era como um JAC de hoje, havia preconceito forte contra o Fitin).

• 466% quis tunnar o carro após assistir o filme Velozes e Furiosos ou ter jogado Need For Speed Underground, dos quais 95% realizaram esse sonho e 94% estavam vendendo o carro no Mercado Livre por terem se arrependido de terem gastado tanto para continuar tendo um Fiat 147
• 329% sonham em se desfazer de suas respectivas latas
• 286% são mendigos
• 215% já tentou abrir o capô como num carro normal
• 168% tem ao menos uma lâmpada queimada
• 157% torcem pro CURINTIA PORRA!!!!111
• 132% rodam de pneus vazios
• 111% apela para dérreau de combustível para rodar o mês inteiro
• 86% abandonaram seus 147, hoje moradia de animais ou criadouros de mosquitos da dengue
• 2% tem mais de 10 dentes
• 0,008% conserva seu 147 em estado impecável

Verdades

O Fiat 147 é o precursor da banda Restart, tendência que o Novo Uno também seguiu

• A Ferrari FF usa o mesmo sistema interativo da Ferrari California, que compartilha o motor 4.2 V8 do Maserati Quattroporte, que usa o mesmo câmbio de seis velocidades do Lancia Thesis (que nem é mais produzido), que é o mesmo câmbio (só que manual) da versão top-de-linha do Lancia Musa, que tem arquitetura igual ao do Fiat Idea, que utiliza componentes adaptados do Fiat Palio Weekend, por sua vez baseados nos do Palio 1996, evolução de partes do Uno 1984, que tinha o mesmo câmbio duro e o motor Fiasa do... Fiat 147.
• A plataforma do Fiat 147 é utilizada até hoje... Clique aqui para ler mais a respeito...

Gangue dos Fiat 147 - a álcool, já que corridas oficiais com carros à gasolina estavam proibidas desde 1977…

• O Fiat 147 tinha câmbio que às vezes precisava ser movimentado com as duas mãos, de tão duro. A primeira era a marcha decisiva: ou o carro andava ou a manopla quebrava bem no meio!
• O pobre 147 sempre será historicamente lembrado como um dos piores automóveis já fabricados no Brasil.

Em amarelo estão marcados os 147 problemas que deram origem ao nome do Fiat. Detalhe: ele só tinha 100 peças.

• Os donos de Fiat 147 geralmente possuem braços fortes, por dois motivos: todos os comandos do carrinho são duros, das maçanetas às teclas, e também porque de 147 não se pega mulher, deixando os donos literalmente na mão…
• Instalar alarme num 147 é igual ter ciúme de mulher feia.
• Inspirado no Fiat 147, Santos Dumont decidiu projetar o 147bis. Ao decolar, o 147bis bateu em uma árvore e perdeu o "7", que tava preso com barbante.

Portas e limpadores de para-brisa para o alto, agora só falta voar!

• O Fiat 147 sempre dá benga na Mitsubishi L200!
• Em 1997 a Quatro Rodas conseguiu licenciar um Fiat 147 Spazio que nem motor tinha. Já em 2004, a mesma Quatro Rodas andou diversos quilômetros num 147 caindo aos pedaços e fumaçando, sendo autuados apenas por um guarda no fim da viagem. Em ambos os casos, o carisma do 147 contou bastante para tirar essas vantagens…

Fiat 1470, simbiose do Mille (1000) com o 147