Verdades sobre o Chery QQ

Ítalo ganhando a vida como taxista… repare que as rodas estão quase quadradas e o pintor preguiçoso jogou tinta até no emblema da Chery

Você quis dizer: QQ isso???

Google sobre Chery QQ

“Para mexer nisso aqui é BOMBA!”

Braga Boys sobre Chery QQ

“RUN!”

Phil Cassidy (GTA Vice City) sobre Chery QQ

“Carbon Copy”

Car And Driver sobre Chery QQ

“Cheque na mon, negócio ser bom!”

Chery sobre QQ na época do ágio

“Não... pelo amor de Deus! Fico em qualquer outro carro, mas nesse não, não, não!”

Boneco de crash-test quando ficou sabendo que estaria dentro do Chery QQ

“Ali vem mais um QQ estacionar”

Funcionário de estacionamento muito filho da puta ao avistar um Nissan March

“ “

Ítalo Borges (dono de QQ) sobre esta postagem

Bombas chegando às concessionárias…

…e logo depois pegando fogo em Teresina (não fui eu, juro). Imagem Absolutely High Definition (4800px)

Você certamente já deve ter visto essa bombinha, coloridinha, estreitinha e engraçadinha. Estamos falando do Chery QQ, compacto lançado em 2003 que já chegou gerando polêmica: era incrivelmente copiado semelhante ao Daewoo Matiz (lançado em 1998), por sua vez o modelo de produção baseado no carro-conceito Italdesign Lucciola (1992), que foi oferecido para a Fiat (e recusado).

Sky Window de pano, copiado pelo Stilo dez anos depois

Portanto, se você acha o QQ com cara de carro de 20 anos atrás ou parecido com o Fiat 500, não está tão errado assim. No Brasil, o QQ começou a ser vendido em 2011, e até filas de compradores se formaram. Para os donos, más notícias: o modelo já mudou na China.

E agora, manolón? Sabe dizer qual é o original e qual é a cópia?

A Chery não chegou a interromper a produção do QQ nem sob as acusações de plágio. E não era só mera inspiração visual: a porta de um cabe no mesmo espaço do outro! As atividades da montadora chinesa no Brasil começaram em 2009, com a importação do Tiggo, e na sequência, Cielo, Face e QQ, apresentado no Salão de São Paulo de 2010 e com algumas diferenças (foram-se embora o tecido bege e as rodas de liga leve, trocadas pelas ridículas rodinhas de aço, que parecem saídas de uma empilhadeira). O chamariz era o pacote completo de equipamentos e o preço mais baixo do Brasil para compensar a vergonha.

Pode perguntar aos donos. Ocorre com mais frequência do que você imagina

De série, o QQ tem itens que popular nenhum em sua faixa de preço tem: ar-condicionado (que desliga automaticamente quando o motor está no modo “Feijoada”), visor digital (uma porcaria, pois em uma frenagem, ele ainda indica velocidade mesmo com o carro parado), som com entrada USB e cartão de memória, travas e vidros elétricos, e, para “proteger” do acidente (uma certeza em se tratando de QQ), freios ABS e air-bag duplo. O problema é que esses itens pouco adiantam quando estão numa carroceria hiper-frágil, reprovada nos testes de colisão (o motorista poderia sofrer traumas fatais).

E não é que eles se parecem mesmo? O.o

A bomba, digo, o motor, é 1.1 SQR472F DOHC de 68 cavalos (deixa Mille e Effa M100 no chinelo). Houve uma polêmica meses atrás, pois os funcionários da Chery são analfabetos e colaram a identificação interna do motor como sendo o 1.3 de S-18 e Face.

O propulsor do QQ não é de todo ruim, por ser o motor mais forte disponível para ele (há motores 0.8 de 51 cv e 1.1 de 52 cv em outros países) e pela carroceria ser leve (890 quilos), mas também passa longe de ser bom. O que é uma bosta mesmo é o câmbio, com trocas tão ruidosas que é possível ouvir o barulho do lado de fora do carro.

WARNING! Bombas!!!

O QQ custava R$ 22 990, mas havia ágio de R$ 1000 e acréscimo de preço sobre a linha 2012, que não tinha alterações (mais R$ 1000). Hoje o preço oficial de tabela é R$ 24 990, dérreau a mais que o também chinês Effa M100 (que tem vendas extremamente baixas e tomou bomba no teste de Longa Duração da revista Quatro Rodas, por poder capotar num desvio a 55 km/h). O preço não aumentou com o aumento do IPI, sinal de que a Chery lucra bastante com a bombinha. O mais barato do Brasil, o Mille Fire, parte de R$ 23 650, e vem recheado de itens de série (triângulo, estepe, espelhos, vidro, motor, carpete e lataria).

Enquanto isso, no exterior...

Conhecido como QQ3 desde 2006, ele recentemente passou por mudanças visuais que o deixaram mais alinhado com o Chery S-18, mantendo a mesma carroceria de sempre. Na China o modelo estreia em 2012 uma carroceria toda nova (abaixo). Como os estoques da Chery Brasil não vão durar para sempre (ou não), o carrinho deverá seguir a mudança meia-boca do QQ3, já que o modelo totalmente renovado acabaria tirando mercado dos outros compactos da marca.

Achou parecido com o Changan Mini Benni? Você não é o único

Donos

Antecipando o Chevrolet Sonic

Antes de tudo, para comprar um Chery QQ precisa ser muito corajoso. Afinal, será uma quantia considerável investida num carro chinês, frágil e que muda em breve no Brasil. O fato é que pelo preço do QQ não há outra opção zero-quilômetro tão completa e barata (e que não seja chinesa). Mas a desvalorização é elevada – os modelos 2011 hoje são anunciados por R$ 15 000. É como ter fogos de artifício: sabendo como usar, é bom, mas sempre há o temor dele explodir na sua cara. A maioria dos donos está relativamente satisfeita com o QQ (os coitados não podiam esperar muita coisa e estão conformados com suas bixeiras), mas reclamam da suspensão, molenga nas curvas e dura nos buracos.

Não é à toa que muitos pais troll dão QQ de presente às filhinhas universitárias.

Xuning executado pela Italo’s EXFRUMANAS BRAZIL

212% não comprariam outro zero-quilômetro (por falta de recursos financeiros)

204% são navalhas ao volante (posto que era dos donos de Corsa e Audi A3)

187% queimaram a bomba de combustível por acreditar no visor digital (e ficarem sem gasosa)

175% estão à espera de peças de autorizadas Chery

149% compraram sem desconfiar que o QQ era chinês

115% optaram por cores berrantes, como amarelo, verde, azul e vermelho

98% conseguiu tunar o QQ com peças compradas em supermercado: calhas de chuva, spoilers, calotas de Gou Special, aerofólio, luzes de LEDs e outras tranqueiras

87% vai esperar terminar o período de três anos de garantia para vender o carro

84% não tiveram tanta paciência e se desfizeram de seus QQ, recebendo algumas moedas na troca

71% moram na periferia

62% deram perda total com a quebra de peças simples

19% possuem um QQ como segundo carro

11% são vendedores de churrasquinho

5% têm orgulho do QQ

2% ganharam o carro em promoções

Verdades

Chery QQme, de carroceria bem ousada – e feia. A traseira está à esquerda

Apesar do bom nível de equipamentos, o acabamento do QQ é horrível, com rebarbas que podem cortar veias e peças de textura amarelada e áspera, como se fosse um carro usado de cinco anos.

Num comparativo da Quatro Rodas em março do ano passado, o QQ perdeu para o Celta e até para o Mille. No “Melhor Compra”, foi derrotado pelo Fiat Uno.

Chamar o Chery QQ de automóvel é uma desonra a todos os carros. O estilo-cópia foi adotado pelo Lifan 320, que imita o MINI Cooper.

QQ sedan??? Esse é o Chery QQ6, com menos cara de xérox

Embora os haters diriam que o Nissan March é parecido com o QQ, o chinesinho ainda precisa melhorar muito para chegar aos pés do Mille, quanto mais para ser chamado de carro.

O carro dos sonhos do Ítalo, segundo ele mesmo, é um Chery QQEZ-drive, de transmissão semi-automática (tranqueira que equipava Palio Citymatic e Corsa Autoclutch, fiascos no território brasileiro).

O Chery QQ é conhecido como IQ no Chile porque QQ (cucu) lá significa “bobo”. Nas Filipinas, a Coca-Cola trocou a frota de Hyundai Getz por várias bombinhas vermelhas. No Irã, o Daewoo Matiz deixou de ser feito e... entrou o QQ!

MINI two-tone FAIL

O modelo logo acima do QQ é o Chery S18, que começou a ser vendido aqui no começo de 2012. O carro teve o pedal de freio entortado ao ser avaliado por uma revista em meados de 2011 e, quando o modelo definitivo chegou às ruas, o problema reapareceu – duas vezes. Todas as (poucas) unidades comercializadas até então foram chamadas para recall. Isso para não falar de outros problemas, como os instrumentos centralizados, pequenos e que ficam encobertos pelo aro do volante. O S18 custa quase o preço do Face, mas não traz o limpador traseiro que o QQ tem.

ÇAI PRA LÁ, COISA FEIA